[do gr. palímpsestos, 'raspado novamente', pelo lat. palimpsestu.]. S.m. 1. Antigo material de escrita, principalmente o pergaminho, usado, em razão de sua escassez ou alto preço, duas ou três vezes[duplo palimpsesto], mediante raspagem do texto anterior
"Querida, você tem um coração na garganta"
Minha avó
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
domingo, 23 de setembro de 2007
"BALANÇO
Que fica de quem passa? Um eco de mágoa
ao ouvido da tarde? Uma pausa de palavras
na frase do instante? Uma interrupção de passos
a caminho da porta? Um sal de sentimento
no coraçã da amada? A vida esfarelada
numa dissipação de rumos? Ou um peso
de esquecimento na sombra da memória?
Mas quem passa não pensa no que fica.
se os passos o levam para onde espera
ficar; e se o seu destino é a passagem,
onde ficar é sair de onde não chegou a
habitar, é o tempo que o obriga a não olhar
para onde não há-de voltar, mesmo que aí
tenha deixado o que pensou consigo levar.
Náufrago sem ilha nem barco, ou
marinheiro preso ao porto, é ele o seu próprio
fim, como se a cada momento não soubesse
que não é dele o que leva, e só é dele o
que perde, como se o não quisesse guardar,
para que chegue mais depressa, ao cair da noite,
a esse cais onde ninguém o irá esperar.
E repete, então, o que não devia fazer, para tudo
fazer de novo, como se tivesse de o fazer"
Nuno Júdice
ao ouvido da tarde? Uma pausa de palavras
na frase do instante? Uma interrupção de passos
a caminho da porta? Um sal de sentimento
no coraçã da amada? A vida esfarelada
numa dissipação de rumos? Ou um peso
de esquecimento na sombra da memória?
Mas quem passa não pensa no que fica.
se os passos o levam para onde espera
ficar; e se o seu destino é a passagem,
onde ficar é sair de onde não chegou a
habitar, é o tempo que o obriga a não olhar
para onde não há-de voltar, mesmo que aí
tenha deixado o que pensou consigo levar.
Náufrago sem ilha nem barco, ou
marinheiro preso ao porto, é ele o seu próprio
fim, como se a cada momento não soubesse
que não é dele o que leva, e só é dele o
que perde, como se o não quisesse guardar,
para que chegue mais depressa, ao cair da noite,
a esse cais onde ninguém o irá esperar.
E repete, então, o que não devia fazer, para tudo
fazer de novo, como se tivesse de o fazer"
Nuno Júdice
sábado, 15 de setembro de 2007
O GRITO
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Revista Língua Portuguesa
"O vôo do inseto-orquídea
Como Drummond explora o jogo de sentidos contido numa palavra
Áporo é o inseto cavador, é nome de orquídea e de todo problema difícil ou impossível de se resolver. Um significante tão cheio de significados é bom pretexto para um poema de grande riqueza, como é o Áporo de Drummond. Francisco Achcar vê nele, sob a capa da brincadeira, um ponto de cruzamento de três temas recorrentes da poesia drummondiana: a existência, a sociedade e a própria poesia. Décio Pignatari, em Contracomunicação (Perspectiva, 1971), sugere que a palavra IN-SE-TO do primeiro verso de Áporo, separada em sílabas, desencadeia no poema aliterações (repetições de fonemas) que ele chama de verticais, com dois trajetos principais: percurso-inseto e percurso-orquídea."
Este é um trecho de minha matéria para a Revista Língua Portuguesa, sobre Carlos Drummond de Andrade.
Errata: Lúcia Bettencourt, antes de ser Ph. D, é escritora!
Como Drummond explora o jogo de sentidos contido numa palavra
Áporo é o inseto cavador, é nome de orquídea e de todo problema difícil ou impossível de se resolver. Um significante tão cheio de significados é bom pretexto para um poema de grande riqueza, como é o Áporo de Drummond. Francisco Achcar vê nele, sob a capa da brincadeira, um ponto de cruzamento de três temas recorrentes da poesia drummondiana: a existência, a sociedade e a própria poesia. Décio Pignatari, em Contracomunicação (Perspectiva, 1971), sugere que a palavra IN-SE-TO do primeiro verso de Áporo, separada em sílabas, desencadeia no poema aliterações (repetições de fonemas) que ele chama de verticais, com dois trajetos principais: percurso-inseto e percurso-orquídea."
Este é um trecho de minha matéria para a Revista Língua Portuguesa, sobre Carlos Drummond de Andrade.
Errata: Lúcia Bettencourt, antes de ser Ph. D, é escritora!
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