[do gr. palímpsestos, 'raspado novamente', pelo lat. palimpsestu.]. S.m. 1. Antigo material de escrita, principalmente o pergaminho, usado, em razão de sua escassez ou alto preço, duas ou três vezes[duplo palimpsesto], mediante raspagem do texto anterior
"Querida, você tem um coração na garganta"
Minha avó
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Península Ibérica
Da minha amiga muito gira, Joana:
"Se não fosse o Atlântico, Portugal e Brasil formariam a Península Ibérica!"
domingo, 23 de novembro de 2008
Eu e você qualquer dia
Um dia você me disse que todos temos data de validade. Eu e você, um dia expiraremos, a soltarmos um ar cansado que nos esgota, acuados pelo fim que se exibe vermelho em algum canto de seus olhos. Enquanto eu de mãos fechadas me disfarço com algo de invisível que foge entre os dedos. Sejamos menos realistas, meu amor. Dói menos. Já bastam minhas olheiras, um bônus pelo excesso de realidade refletido no vidro da janela. Se soubesse que ainda você que me salva desta rotina enjoativa despertada com o relógio do criado-mudo. Se soubesse que ainda você que me desperta alguma esperança de que algo melhor está por vir. De que um dia seremos mais felizes. E quando chegar nosso fim, até lá, descobriremos outras formas de vivermos o nosso tempo juntos. Ainda que por apenas um dia. Seremos um tanto melhores, meu amor.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
pelo dia de hoje
"[...]
Quando se aproximavam da cidade, encontraram um negro caído no chão, não tendo mais que metade do vestuário, isto é, umas calças de pano azul; faltava àquele pobre homem a perna esquerda e a mão direita.
— Meu Deus! — lhe disse Cândido em holandês. — Que fazes aí, meu amigo, no horrível estado em que te vejo?
— Espero meu patrão, o famoso negociante Senhor Vanderdendur.
— E foi o Senhor Vanderdendur quem te deixou nesse estado?
— Sim, é o costume — disse o negro. — Por todo vestuário, dão-nos umas calças duas vezes por ano. Quando trabalhamos nas usinas de açúcar e o rebolo nos apanha o dedo, cortam-nos a mão; quando tentamos fugir, cortam-nos a perna: incorri em ambos os casos. É por esse preço que os Senhores comem açúcar na Europa. [...]"
CÂNDIDO - Voltaire - 1759
"[...]O trem parara e eu abstinha-me de saltar. Uma vez, porém, o fiz; não sei mesmo em que estação. Tive fome e dirigi-me ao pequeno balcão onde havia café e bolos. Encontravam-se lá muitos passageiros. Servi-me e dei uma pequena nota para pagar. Como se demorassem em trazer-me o troco reclamei: "Oh! fez o caxeiro indignado e em tom desabrido. Que pressa tem você?! Aqui não se rouba, fique sabendo?" Ao mesmo tempo ao meu lado, um rapazola alourado, reclamava o dele, que lhe foi prazenteiramente entregue. O contraste feriu-me, e com os olhares que os presentes me lançaram, mais cresceu a minha indignação. Curti durante segundos, uma raiva muda, e por pouco ela não rebentou em pranto. [...]"
RECORDAÇÕES DO ESCRIVÃO ISAÍAS CAMINHA - Lima Barreto - 1909
"Procurei no terreiro
Os Santos D'África
E não encontrei,
Só vi santos brancos
Me admirei ...
Que fizeste dos teus santos
Dos teus santos pretinhos?
Ao negro perguntei.
Ele me respondeu:
Meus pretinhos se acabaram,
Agora,
Oxum, Iemanjá, Ogum,
É São Jorge,
São João
E Nossa Senhora da Conceição.
Basta Negro!
Basta de deformação!"
DEFORMAÇÃO - Solano Trindade (1908-1974)
"Enquanto Zumbi trabalha cortando cana na zona da mata pernambucana Olorô-Quê vende carne de segunda a segunda ninguém vive aqui com a bunda preta pra cima tá me ouvindo bem?
Enquanto a gente dança no bico da garrafinha Odê trabalha de segurança pega ladrão que não respeita quem ganha o pão que o Tição amassou honestamente enquanto Obatalá faz serviço pra muita gente que não levanta um saco de cimento tá me ouvindo bem?
Enquanto Olorum trabalha como cobrador de ônibus naquele transe infernal de trânsito Ossonhe sonha com um novo amor pra ganhar 1 passe ou 2 na praça turbulenta do Pelô fazer sexo oral anal seja lá com que for tá me ouvindo bem?
[..]
Ninguém aqui é escravo de ninguém."
CONTOS NEGREIROS - Marcelino Freire - 2005
HOJE DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Quando se aproximavam da cidade, encontraram um negro caído no chão, não tendo mais que metade do vestuário, isto é, umas calças de pano azul; faltava àquele pobre homem a perna esquerda e a mão direita.
— Meu Deus! — lhe disse Cândido em holandês. — Que fazes aí, meu amigo, no horrível estado em que te vejo?
— Espero meu patrão, o famoso negociante Senhor Vanderdendur.
— E foi o Senhor Vanderdendur quem te deixou nesse estado?
— Sim, é o costume — disse o negro. — Por todo vestuário, dão-nos umas calças duas vezes por ano. Quando trabalhamos nas usinas de açúcar e o rebolo nos apanha o dedo, cortam-nos a mão; quando tentamos fugir, cortam-nos a perna: incorri em ambos os casos. É por esse preço que os Senhores comem açúcar na Europa. [...]"
CÂNDIDO - Voltaire - 1759
"[...]O trem parara e eu abstinha-me de saltar. Uma vez, porém, o fiz; não sei mesmo em que estação. Tive fome e dirigi-me ao pequeno balcão onde havia café e bolos. Encontravam-se lá muitos passageiros. Servi-me e dei uma pequena nota para pagar. Como se demorassem em trazer-me o troco reclamei: "Oh! fez o caxeiro indignado e em tom desabrido. Que pressa tem você?! Aqui não se rouba, fique sabendo?" Ao mesmo tempo ao meu lado, um rapazola alourado, reclamava o dele, que lhe foi prazenteiramente entregue. O contraste feriu-me, e com os olhares que os presentes me lançaram, mais cresceu a minha indignação. Curti durante segundos, uma raiva muda, e por pouco ela não rebentou em pranto. [...]"
RECORDAÇÕES DO ESCRIVÃO ISAÍAS CAMINHA - Lima Barreto - 1909
"Procurei no terreiro
Os Santos D'África
E não encontrei,
Só vi santos brancos
Me admirei ...
Que fizeste dos teus santos
Dos teus santos pretinhos?
Ao negro perguntei.
Ele me respondeu:
Meus pretinhos se acabaram,
Agora,
Oxum, Iemanjá, Ogum,
É São Jorge,
São João
E Nossa Senhora da Conceição.
Basta Negro!
Basta de deformação!"
DEFORMAÇÃO - Solano Trindade (1908-1974)
"Enquanto Zumbi trabalha cortando cana na zona da mata pernambucana Olorô-Quê vende carne de segunda a segunda ninguém vive aqui com a bunda preta pra cima tá me ouvindo bem?
Enquanto a gente dança no bico da garrafinha Odê trabalha de segurança pega ladrão que não respeita quem ganha o pão que o Tição amassou honestamente enquanto Obatalá faz serviço pra muita gente que não levanta um saco de cimento tá me ouvindo bem?
Enquanto Olorum trabalha como cobrador de ônibus naquele transe infernal de trânsito Ossonhe sonha com um novo amor pra ganhar 1 passe ou 2 na praça turbulenta do Pelô fazer sexo oral anal seja lá com que for tá me ouvindo bem?
[..]
Ninguém aqui é escravo de ninguém."
CONTOS NEGREIROS - Marcelino Freire - 2005
HOJE DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
sábado, 15 de novembro de 2008
Estamos todos bem
"Clara tinha compaixão. Por compaixão, insistia no olhar esgarçado do outro. Queria lamber a ferida com sua própria dor, oferecer-se de corpo em pêlo aos crucificados do calvário, coroar com espinhos sua delicada testa e sofrer como sofriam os filhos abandonados e maltrapilhos de nossa Mãe Gentil. Mas era malograda qualquer tentativa em estender o braço aos que têm fome, pois que nunca entenderia a real fome daqueles que têm fome. Restava-lhe sofrer o que acreditava como sofrimento pelos penados e esquecidos de nossa Pátria Amada, nosso verdadeiro produto interno bruto, tão barato quanto a cana-de-açúcar colonial. Assim Clara sofria, e, assim, aliviava-se na dor do outro."
fev. de 2007
Um pouco do meu "Estamos todos bem", estava com saudades dele e da Eufrosina.
fev. de 2007
Um pouco do meu "Estamos todos bem", estava com saudades dele e da Eufrosina.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
À minha mãe
Era pra ser ontem, aniversário seu, felicidade minha, mas somente hoje encontrei palavras acertadas e bonitas como ela, a quase tocarem o quanto e tanto de amor meu. Breves poemas e haikais, pois que do que não está escrito, sua infinitude, minha mãe:
Manhã de frio --
Com o agasalho, visto
Saudades de minha mãe.
Paulo Franchetti
A única rosa
Todas as rosas são a mesma rosa,
Amor, a única rosa.
E tudo está contido nela,
Breve imagem do mundo,
Amor! a única rosa
Manuel Bandeira
Amor bastante
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
Paulo Leminski
Manhã de frio --
Com o agasalho, visto
Saudades de minha mãe.
Paulo Franchetti
A única rosa
Todas as rosas são a mesma rosa,
Amor, a única rosa.
E tudo está contido nela,
Breve imagem do mundo,
Amor! a única rosa
Manuel Bandeira
Amor bastante
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
Paulo Leminski
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Mudei pela terceira vez
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
"Eu tenho horror ao real" *
*Rubens Francisco Lucchetti em entrevista à encantadora Jerusa Pires Ferreira (Rubens Francisco Lucchetti - o homem de 1000 livros. São Paulo: COM-ARTE, 2008)
Ocorre que escolhi esta frase para iniciar um breve ensaio sobre o encontro entre Jorge Melícias, Ana Paula Maia e Fernando Segolin no Seminário Literatura e Violência. No discurso de Melícias sobre o grotesco e posteriormente na fala de Ana Paula Maia, um aspecto curioso me chamou a atenção: a evocação do tema O Estranho do Freud. Prefiro a palavra no sentido original: unheimlich, pois amplia as possibilidades de análise. A princípio se falou do grotesco, entretanto, chegar ao conceito do horror foi inevitável.
Freud já analisou o tema do estranho, unheimlich, inquestionavelmente associado ao que é assustador, que provoca medo e horror, no texto Das Unheimliche (O Estranho). Neste, em um primeiro momento, é realizado um estudo etimológico da palavra alemã, porquanto a complexidade de sua estrutura, uma vez que abriga o vocábulo “casa” (Heim) em sua raiz. Por intermédio de vários e diferentes significados, o autor nos mostra que em algum momento a palavra unheimlich, estranho, tem o mesmo sentido que seu contrário, ou seja, heimlich, familiar. Por conseguinte, conclui, à luz da sentença de Schelling, “unheimlich é o nome de tudo que deveria ter permanecido ... secreto e oculto mas veio à luz”, que unheimlich (o estranho) é de um modo ou de outro uma subespécie de heimlich (familiar).
Oscar Cesarotto explora o estranho (unheimlich) como aquilo que, familiar e íntimo, estava apagado e é reativado por um fato extrínseco, para ser projetado como alheio. Segundo ele, o efeito concomitante é “a sensação sinistra que se produz ao se esfacelar a realidade, porque nessa hora, qualquer resguardo revela-se insuficiente.”
Ao que me remeto ao interessante comentário tecido por Stephen Dedalus, o artista jovem de James Joyce, sobre o terror, um dos sentimentos catárticos da Arte Poética de Aristóteles: “o terror é o sentimento que detém o espírito na presença de seja lá o que for que seja grave e constante no sofrimento humano e o liga à sua causa secreta.” Daí concluo que o horror ao real de Lucchetti é também uma catarse.
Posto isto, retomo uma das questões levantadas pela platéia sobre a diferença entre a violência dita "banalizada" e a violência discutida e presente nos textos dos dois escritores. Conheço o trabalho de Ana Paula Maia, do qual gosto muito, e posso afirmar seguramente que diferentemente da violência (não diria "banalizada") artificial, estereotipada, a violência presente nos textos da escritora suscita o terror catártico descrito por Dedalus, e me liga a minha causa secreta, ao que me é tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar.
PS: 1) Pra variar, fiquei vermelho-escuro quando Ana Paula Maia falou do meu e-mail, mas não deixei de sorrir, e me acusei: fui eu a danada!
2) creio que unheimlich é um adjetivo, por isso mantive em letra minúscula, se estiver errada sintam-se à vontade em me corrigir
Ocorre que escolhi esta frase para iniciar um breve ensaio sobre o encontro entre Jorge Melícias, Ana Paula Maia e Fernando Segolin no Seminário Literatura e Violência. No discurso de Melícias sobre o grotesco e posteriormente na fala de Ana Paula Maia, um aspecto curioso me chamou a atenção: a evocação do tema O Estranho do Freud. Prefiro a palavra no sentido original: unheimlich, pois amplia as possibilidades de análise. A princípio se falou do grotesco, entretanto, chegar ao conceito do horror foi inevitável.
Freud já analisou o tema do estranho, unheimlich, inquestionavelmente associado ao que é assustador, que provoca medo e horror, no texto Das Unheimliche (O Estranho). Neste, em um primeiro momento, é realizado um estudo etimológico da palavra alemã, porquanto a complexidade de sua estrutura, uma vez que abriga o vocábulo “casa” (Heim) em sua raiz. Por intermédio de vários e diferentes significados, o autor nos mostra que em algum momento a palavra unheimlich, estranho, tem o mesmo sentido que seu contrário, ou seja, heimlich, familiar. Por conseguinte, conclui, à luz da sentença de Schelling, “unheimlich é o nome de tudo que deveria ter permanecido ... secreto e oculto mas veio à luz”, que unheimlich (o estranho) é de um modo ou de outro uma subespécie de heimlich (familiar).
Oscar Cesarotto explora o estranho (unheimlich) como aquilo que, familiar e íntimo, estava apagado e é reativado por um fato extrínseco, para ser projetado como alheio. Segundo ele, o efeito concomitante é “a sensação sinistra que se produz ao se esfacelar a realidade, porque nessa hora, qualquer resguardo revela-se insuficiente.”
Ao que me remeto ao interessante comentário tecido por Stephen Dedalus, o artista jovem de James Joyce, sobre o terror, um dos sentimentos catárticos da Arte Poética de Aristóteles: “o terror é o sentimento que detém o espírito na presença de seja lá o que for que seja grave e constante no sofrimento humano e o liga à sua causa secreta.” Daí concluo que o horror ao real de Lucchetti é também uma catarse.
Posto isto, retomo uma das questões levantadas pela platéia sobre a diferença entre a violência dita "banalizada" e a violência discutida e presente nos textos dos dois escritores. Conheço o trabalho de Ana Paula Maia, do qual gosto muito, e posso afirmar seguramente que diferentemente da violência (não diria "banalizada") artificial, estereotipada, a violência presente nos textos da escritora suscita o terror catártico descrito por Dedalus, e me liga a minha causa secreta, ao que me é tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar.
PS: 1) Pra variar, fiquei vermelho-escuro quando Ana Paula Maia falou do meu e-mail, mas não deixei de sorrir, e me acusei: fui eu a danada!
2) creio que unheimlich é um adjetivo, por isso mantive em letra minúscula, se estiver errada sintam-se à vontade em me corrigir
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Eita Deus!!!
Hoje ocorre a audiencia publica na camara municipal de sao paulo as 10 horas.
PS O teclado nao esta acentuado corretamente
Mais detalhes no blog Eu sei o que voce fez no mandato passado
PS O teclado nao esta acentuado corretamente
Mais detalhes no blog Eu sei o que voce fez no mandato passado
domingo, 2 de novembro de 2008
Agora no presente
Vivo informa - este número de telefone não existe!
Telefone sem fio - última chamada. terminarei no verão que agora naum vai dar não. Preciso entregar o primeiro capítulo da tese até dezembro (pelo menos trinta páginas). Mas a história é mais ou menos essa, se passa durante uma viagem de carro, destino a um enterro. Durante a viagem, Alma passará sua vida a limpo, no caderninho de anotações, com várias canetinhas bic coloridas. Quando escreve, sempre se refere a si mesma na terceira pessoa, e a cada vez que se lembra de um mesmo fato, ela o modifica. Enfim, um ensaio sobre a verossimilhança, para quem gosta de termos mais chatos!
PS: não sei se fiz bem em contar a idéia antes de terminar o livro, mas enfim, minha idéia não é só isso, e pelo que vi no Cronópios,(o que, a propósito, lembra-me as minhas raspadinhas) a questão do plágio é um pouquinho mais complicada. Por via das dúvidas, registrei meu blog também!
Telefone sem fio - última chamada. terminarei no verão que agora naum vai dar não. Preciso entregar o primeiro capítulo da tese até dezembro (pelo menos trinta páginas). Mas a história é mais ou menos essa, se passa durante uma viagem de carro, destino a um enterro. Durante a viagem, Alma passará sua vida a limpo, no caderninho de anotações, com várias canetinhas bic coloridas. Quando escreve, sempre se refere a si mesma na terceira pessoa, e a cada vez que se lembra de um mesmo fato, ela o modifica. Enfim, um ensaio sobre a verossimilhança, para quem gosta de termos mais chatos!
PS: não sei se fiz bem em contar a idéia antes de terminar o livro, mas enfim, minha idéia não é só isso, e pelo que vi no Cronópios,(o que, a propósito, lembra-me as minhas raspadinhas) a questão do plágio é um pouquinho mais complicada. Por via das dúvidas, registrei meu blog também!
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