"Querida, você tem um coração na garganta"
Minha avó

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ainda terminarei este conto ou alguém se habilita?

Não consigo terminar este conto. Quem quiser terminá-lo por mim (os 3 leitores deste blog, minha mãe, meu pai e você) ficarei feliz. (hUMMM, Lú, Anônimo, Andrea, Alyson, Douglas, Vitinho?) Também está sem título, pensei no título do concurso que ganhei do Sesc há muito tempo (melhor nem mencionar há quanto tempo, constrangedor, uma dica, é anterior ao livro O Homem que odiava as segundas-feiras): O Homem que amava terça-feira, do Ignácio de Loyola Brandão (conto dele que continuei e ganhei e conheci o escritor mais gentil que se sabe por escritor - ele me disse que eu não tenho medo do absurdo. E vos digo basta estar vivo para não temê-lo). Lá vai o começo do meu conto e fica aqui o desafio:

CONTÃO SEM TÍTULO


Estava me sentindo bem naquela manhã. Uma espécie de alegria sincrônica, um rombo no peito simultâneo ao que me dessem como garantia de vida. Certa música que ouvisse antes de ligar o rádio, de fato. Uma frase dita antes que alguém pensasse em abrir a boca. Uma ligação importante concomitante (odeio esta palavra!) ao meu desejo de ser importante. “Não pode ser tão perfeito!”, pensei. Não estava acostumada a qualquer felicidade isenta de esforço. Sempre desconfio da alegria espontânea.
Tranquei meu quarto, já inclinada à bondade. Aproveitei meu café da manhã com a boca mais doce, receptiva, distraída ante uma felicidade por se roubar. Mastiguei macio o pão amanhecido, mergulhado no café frio. Rumo à loja onde trabalho, larguei-me no confortável movimento de minhas pernas. Que sensação, por Deus!
Os rostos cansados bocejavam duvidosos, qualquer esboço de felicidade era incompatível com um metrô abarrotado de desilusão. Encaravam-me solitários e céticos. Estiquei meu sorriso, como uma afronta. Sabia que não iria durar, pois mantenho um constante vinco preocupado entre as sobrancelhas, a fazer do sorriso um movimento antinatural dos lábios. Mas desafiei minha natureza, naquela manhã, e permaneci sorridente.

6 comentários:

Anônimo disse...

Vé querida,
Não ousaria acrescentar uma silaba a esse texto, ou a qualquer outro, mas agradeço a confiança!!
O "teu escrever" tem todo um ritmo, uma delicadeza firme, uma intensidade. Adoro!
So você pode nos conduzir à continuação, não precisa ser o fim, por enquanto.
Beijos mil e saudades

Vera Helena disse...

Ah, Lu, diz que sim vai!!! Adoro ainda mais seu estilo!!

Nao perdi as esperancas (perdoe a falta de acentos, o teclado da Puc e terrivel)

Beijos e saudades

Ve

Ana Maria Saad disse...

verinha concordo com lu,

e não vejo a hora de vc terminá-lo! hahahaha!!! me identifiquei demais com a sensação!saudadessss!!!!!

Vera Helena disse...

Alyson, você também? Mais que num é possível. Poxa, e aqui eu, cheia de esperanças, pois que gosto demais do que você escreve. Enfim, sou brasileira, já sabem...

Beijos e saudades,

Débora Rubin disse...

Vera,

gostei dessa brincadeira. Acho que topo o desafio! rsrs

Principalmente pq eu não te conheço pessoalmente, então pode ficar ainda mais divertido.

Mas ó, vou avisando, corre o risco desse texto descambar totalmente! E aí vc vai olhar essa sua cria tão bem escrita virar um monstrinho, haha.

Mas são os riscos da interatividade bloguística.

Topas?

Vou salvar no meu word e pensar num final e nome para ele - e te mando por e-mail! Se não gostar, vc já deleta logo, hehe.

beijos

Vera Helena disse...

Débora, que legalllllllll!!! Adorei!!!! Espero sua continuação então. Tenho certeza que ficará ótimo!!

Beijos,