"Querida, você tem um coração na garganta"
Minha avó

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Diálogos

Os diálogos sempre me intrigaram (do Livro de Jó às crônicas do Luís Fernando Veríssimo)  Admiro aqueles que os dominam. Aliás, sempre acreditei que uma personagem, e, por conseguinte, o texto, ganha muito mais cores quando passa a ser delineada por suas falas em vez de descrita em longos parágrafos, na maioria, maçantes e limitantes (até rimou). Certamente os diálogos erigem o almejado texto polifônico.
Por outro lado, tanto em Estamos todos bem quanto em Telefone sem fio, minhas personagens são descritas não muito pelo que dizem, mas, sobretudo, pelo que não conseguem dizer, aquela frase presa na garganta, no caso de Estamos todos bem, ou aquele sarcasmo diluído em um suspiro arrastado, no caso de Telefone sem fio. Meus diálogos são costurados e remendados pelo silêncio, este sim, sua causa secreta.
         
  

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente !!! Abraços

Vera Helena disse...

Obrigada, anônimo ;-) Tenho estudado o diálogo ultimamente, e vejo-me cada vez mais fascinada pelo assunto.

Beijos

Vera