"Querida, você tem um coração na garganta"
Minha avó

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O ovo ou a galinha?

Prefeitura alega falta de demanda e decide fechar quatro bibliotecas em SP

CINTHIA RODRIGUES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


O prefeito Gilberto Kassab (DEM) determinou o fechamento de quatro bibliotecas em São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura não havia demanda para as unidades, mas dados da própria prefeitura mostram que houve uma média de 50 acessos por dia, em cada uma delas, nos primeiros nove meses de 2007.Uma unidade, no Alto da Lapa, está fechada há um mês. As outras, duas na Vila Mariana e uma no Tatuapé, irão interromper os empréstimos até o fim do mês. Juntas, tinham acervo de 165 mil livros e somaram 58.842 acessos de janeiro a setembro de 2007.Os prédios das bibliotecas Cecília Meireles, Alto da Lapa, e Zalina Rolim, na Vila Mariana, passarão para as subprefeituras locais e serão transformados em centros de convivência.A biblioteca Arnaldo de Magalhães Giácomo, no Tatuapé, só poderá ser usada pela EMEI Mary Buarque. A Chácara do Castelo, também na Vila Mariana, é a única que ampliará o acervo, mas fechará para o público - vai virar um Centro de Conservação de Acervo."É de cortar o coração", diz a dona-de-casa Mirna Zanella De Bortoli, 56, que mora em frente à unidade do Alto da Lapa. Ela admite que já não havia visitantes "como antes", mas conta que o lugar nunca estava vazio.Com a medida, a Secretaria Municipal de Cultura passa a ter 51 bibliotecas. Outras, como as 26 unidades dos CEUs, não entram na conta por serem subordinadas à Secretaria de Educação.A presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia, Regina Céli de Souza, diz que a Unesco preconiza uma biblioteca a cada 3,5 km de área urbana e São Paulo deveria ter 120. "Em vez de modernizar e chamar o público, eles fecham."

4 comentários:

Douglas Vian disse...

Verinha, o fato é desalentador, principalmente quando se substituem bibliotecas públicas por centros de convivência(?) numa cidade que se diz cultural.
É de amargar.

Anônimo disse...

Sem comentários !!! È o Brasil ,uma país 'que não é sério' nem nunca será Continua 'aspira'...Só mesmo o cinema para nos tornar esperançosos de algo...'Troca de elite' da Literatura por uma elite burra que convem ao governo

Andrea disse...

Oi Vé! É triste... e me fez lembrar um dos comentários que meu marido fez enquanto andávamos (e o que andamos!) por Buenos Aires: "parece São Paulo... ou melhor, se parece com a cidade que Sâo Paulo deveria ser."
A quantidade de bibliotecas, sebos e livrarias que Buenos Aires oferece é a que sonhamos ter em Sâo Paulo, um dia.

Ah, Vé, o livro que eu citei no blog, sobre as cartas de Machado, é fácil de encontrar na biblioteca da PUC, mesmo. Aí vai: PEREIRA, Lúcia Miguel. "Machado de Assis: estudo crítico e biográfico", Ed. Itatiaia (não me lembro o ano e a cidade).

Beijos e saudades!

Soberba Insônia disse...

Eu já não me surpreendo. Além de livro ser considerado artigo de luxo, agora biblioteca virou sinônimo de empecilho restritamente administrativo.

p.s. muito bom teu blog.