Lúcia B. passou a bola, e cá estou, buscando com esforço em meu repertório lembranças adormecidas e remotas.
1. O que você estava fazendo em 1978 (há 30 anos)?
Fazia o que faz um bebê de um ano e nove meses. Nada de especial, algo que envolva mamadeiras, fraldas, e chupetas. Exceto pelo fato de já ouvir e chacoalhar o corpo ao som da música Frevo (Pecadinho) do disco Tom Zé (que ainda hoje tenho e ouço). Ouvi a música pela primeira vez no ano anterior, quando ainda dançava no berço.
2. E em 1983, há 25?
Um ano após a vitória da Itália sobre o Brasil na Copa do Mundo graças ao Paolo Rossi, motivo pelo qual ainda ocultava meu sobrenome Rossi, descobri que definitivamente não gostava de esportes! Divertia-me com os filmes do Charlie Chaplin e do Woody Allen e seguia todos os finais de semana uma rotina deliciosa com meus pais: primeiro assistíamos a peças de teatro (Tatiana Belinsky já me segurou no colo!), depois íamos ao Jack In the Box (quem se lembra?) e por fim nos calibrávamos na livraria Siciliano da Brigadeiro Luís Antônio. Ah, também assistia ao programa do Bozo!
3. O que você estava fazendo em 1988?
Nessa época ouvia Dead Kennedys, Legião Urbana e Beatles, este último sob a influência do filme Curtindo a Vida Adoidado de 1986. Lia Luís Fernando Veríssimo e Fernando Sabino.
4. E em 1993?
Um ano inútil! O que é que foi aquele referendo!? Ao menos, nesse ano, conheci Loyola, mais especificamente Bebel que a Cidade Comeu, e Dalton Trevisan, fiquei fascinada com o título "Virgem Louca, Loucos Beijos". E por falar em títulos, me encantei com o "Ainda vou cuspir no seu túmulo" de Boris Vian, que viria a ler alguns anos depois.
5. O que estava fazendo há 10 anos?
Como já disse, não sou fã de esporte, por isso o papelão dos brasileiros na França não me impressionou. No final de 1998, conheci Espanha e me encantei por Barcelona . Ouvi Zebda pela primeira vez nesse ano. Esse foi o ano de Thomas Mann entrar e se instalar na minha vida.
6. E há cinco?
Em 2003, conheci tardiamente Proust e Joyce. Tive febres, quase perdi o emprego (lia escondido no banheiro!). Também não vi televisão nesse ano (nada, nem noticiário) e percebi como me foi produtiva essa abstinência, lia e escrevia muito mais (quase joguei a televisão pela janela, hoje agradeço à minha centelha de sanidade por não tê-lo feito).
8 comentários:
Verinha, uma cronologia deliciosa.
Seu admirador Douglas Vian
Vé ,você realmente começou cedo pelos caminhos da Literatura... Não é à toa que hoje é Mestra em Crítica Literária etc etc , e doutoranda em semiótica Mestra minha , que orgulho em tê-la como amiga e filha do coração Roupas a gente compra facilmente ,mas livros bons ,encontrá-los e lê-los com sofreguidão nesse país das maravilhas só você e poucos ...
Vé ,você realmente começou cedo pelos caminhos da Literatura... Não é à toa que hoje é Mestra em Crítica Literária etc etc , e doutoranda em semiótica Mestra minha , que orgulho em tê-la como amiga e filha do coração Roupas a gente compra facilmente ,mas livros bons ,encontrá-los e lê-los com sofreguidão nesse país das maravilhas só você e poucos ...
Adorei, Vé. Essa paixão por literatura é uma coisa que nos consome, por inteiro, e a gente não consegue disfarçar... Vivemos nos livros e pelos livros, pecado delicioso de confessar. Obrigada por uma continuação tão legal. Beijo.L
Parece-me que você conquistou bons e intelectuais amigos Atração dos semelhantes O Douglas [já íntimo...] é um adirador fervoroso , hein? A Lucia ,uma inteligente e agradável amiga , pronta para ser lida com satisfação tb!!! bisous sulvi
Muito obrigada, Douglas.
Mãe, então se rendeu à internet, que bom para mim. Amo-te demais. Lúcia, eu que lhe agradeço por me incluir na lista,(apesar de a continuação não estar à altura..)! Com efeito, um pecado delicioso de se confessar. Anônimo, o que dizer?
Beijos para todos,
Vé
Verinha!
Que saudades, faz tempo que não escrevo mas sempre leio um pouquinho teus post...amei a tua cronologia! Engraçado que pensei esses dias na época do Dead Kennedys, do "The Five"!!!
Parabéns pelo percurso.
Beijos mil
Lú, que saudade! Pois é, The Five, rárárá. Sabe, Lú, eu quase incluí nesta cronologia nossas fugas, em Ourinhos, para aquela famigerada boate! Mas, por respeito à memória do The Five, silenciei. "Califórnia, Robervaldo, Califórnia..." Lembra?
Beijos
Vé
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